Também conhecida como Gonartrose, a Artrose é uma doença de caráter inflamatório e degenerativo que provoca a destruição da cartilagem articular e leva à deformidade da articulação.
Resumidamente, a artrose pode ser definida de maneira simples como uma inflamação que leva ao desgaste da cartilagem. Cerca de 46% da população acima de 60 anos de idade tem artrose do joelho, sendo mais da metade destes sintomáticos.
Qual a função da Cartilagem? A cartilagem é semelhante a uma capa, recobrindo as extremidades de alguns ossos para ajudar a formar as juntas (articulações), como o joelho. A cartilagem permite que um osso “deslize” sobre o outro de uma maneira suave e sem atrito. Ela ajuda ainda a suportar o nosso peso quando executamos movimentos, desde os mais delicados e fracos até os mais grosseiros e fortes, ajudando no suporte de pressões pelas articulações.
Como ocorre a Artrose do joelho? A Artrose é doença caracterizada pela perda progressiva da cartilagem.Ocorre uma insuficiência da cartilagem articular associada a alterações do osso subcondral (osso imediatamente abaixo da cartilagem) e de toda a articulação. Esse desgaste é impulsionado por reação inflamatória, e, com a progressão da doença, pode ocorrer a formação de erosões (verdadeiros buracos) na cartilagem.
Quem tem maior risco de ter Artrose do joelho? Os principais fatores de risco da Artrose são: idade (principalmente nos mais velhos de 45 anos); obesidade; sexo feminino (principalmente após a menopausa); e histórico de artrose na família. Além desses quatro fatores principais, outros também merecem atenção, como as fraturas do joelhos e traumas esportivos (como e lesão dos meniscos e dos ligamentos).
Quais os sintomas? Os mais frequentes são a dor e o inchaço, muitas vezes, apresentando derrame (água no joelho). Pode ocorrer também rigidez matinal (o joelho amanhece “duro”, geralmente melhorando nos primeiros 30 minutos – como se precisasse “esquentar” para funcionar). Outro sintoma frequente é a crepitação (joelho “estalando”), que ocorre por perda da cartilagem ou irregularidades nas superfícies articulares. Com a evolução da doença, ocorre limitação do movimento e começa a surgir deformidades, como o geno varo (joelho “cambota”) e o geno valgo (“joelho zambeta”).
Como é feito o diagnóstico? Geralmente, o diagnóstico é feito com história clínica, exame físico do paciente e radiografias do joelho. No entanto, algumas vezes, alguns exames laboratoriais e outros tipos de exame de imagem são necessários para descartar outras doenças.
Como é feito o tratamento? Os objetivos a atingir com o tratamento são: aliviar a dor, manter a funcionalidade do joelho e alterar o processo da doença e suas consequências. Para isso, o tratamento é dividido em 3 tipos:
1- Tratamento Não-Farmacológico;
2- Tratamento Farmacológico;
3- Tratamento Cirúrgico.
Como é feito o Tratamento Não-Farmacológico? O Tratamento Não-Farmacológico é aquele no qual não são utilizados remédios. As principais medidas que podem ajudar são a redução do peso e a prática regular de atividade física. Outras medidas que contribuem são: uso de bengalas quando necessário, fisioterapia, acupuntura e uso de compressas para aliviar a dor local.
Como é feito o Tratamento Farmacológico? O Tratamento Farmacológico consiste na administração de medicamentos para o controle de sintomas, principalmente a dor. Frequentemente são utilizados analgésicos e anti-inflamatórios. Outras substâncias, tais como a Glicosamina, a Condroitina, a Diacereína, os Extratos insaponificáveis de soja e abacate e Colágeno podem ser utilizados. Em alguns casos, são necessárias infiltrações articulares (injetar substâncias “dentro do joelho”), tais como Ácido Hialurônico e Corticoide.
Como é feito o Tratamento Cirúrgico? O Tratamento Cirúrgico da Artrose do joelho está reservado para os casos que evoluem com dor e limitação funcional intensas que não responderam ao tratamento conservador (Tratamento Farmacológico e Tratamento Não-Farmacológico).
Existem muitas técnicas cirúrgicas. As que mais ganham destaque são:
- Osteotomia para correção de deformidade: indicada para a correção de deformidades nos joelhos, como varo (“cambota”) e valgo (“zambeta”). Com a correção das deformidades, o peso do corpo é distribuído mais uniformemente no joelho, diminuído o desgaste;
- Artroplastia: é a substituição do joelho desgastado por uma prótese. Comumente indicado em pacientes mais velhos e em artrose mais grave.
Após a cirurgia, em quanto tempo retorno às minhas atividades? Logo após a cirurgia, o paciente já inicia a reabilitação fisioterápica. O retorno às atividades vai depender muito da técnica cirúrgica e das condições do paciente. Por exemplo, após uma osteotomias, o paciente pode ficar em torno de 2 meses sem poder pisar completamente no chão. Na artroplastia, há a possibilidade de, no primeiro dia após a cirurgia, o paciente já estar andando. Em média, o retorno normal às atividades gira em torno de 6 a 9 meses.
Quais as possíveis complicações da cirurgia? Infecção, Trombose, embolia, Pseudartrose (“osso não cola”), não melhora da dor ou recidiva, lesão neurovascular, dentre outras.