A Coluna Vertebral, também conhecida como Espinha Dorsal, é uma das estruturas mais importantes do corpo. As fraturas da coluna vertebral são responsáveis por aproximadamente 6% de todas as fraturas, sendo os acidentes automobilísticos responsáveis por mais de 50% de todas as lesões da medula espinhal.
A Coluna é composta por cerca de 33 vértebras, eventualmente 32 ou 34, que são conectadas por meio de articulações e ligamentos, com interposição entre cada vértebra dos discos intervertebrais (os mesmos que causam hérnia de disco).
Anatomicamente, a coluna é dividida em 4 regiões: Cervical, Torácica, Lombar e Sacro-Coccígea.
Qual a função da coluna? A Coluna Vertebral tem a função de sustentação do peso corporal, de viabilidade e manutenção da postura ereta do tronco, de movimentação da cabeça, do tronco e da bacia, além de proteção da Medula Espinhal. A medula é uma estrutura alongada (cerca de 44 a 46 cm) que faz parte do Sistema Nervoso Central, encontrando-se dentro de um canal formado pela Coluna Vertebral. Na Medula, estão os neurônios que ajudam a controlar os músculos do corpo e levar as informações sensitivas para o cérebro.
Para se ter uma ideia, nos pacientes com lesão da medula espinhal, a mortalidade geral durante a hospitalização inicial é de 17%. O custo médico estimado direto das lesões da medula espinhal fica entre 630.000- 970.000 dólares por pessoa, com um custo anual agregado estimado em 7.74 bilhões de dólares somente nos Estados Unidos.
Como ocorre a fratura da coluna? No adulto, quase sempre são decorrentes de traumas de grande energia, geralmente resultantes de acidentes automobilísticos, lesão por arma de fogo ou queda de alturas. Nas crianças, sempre se deve suspeitar de agressão. Já nos idosos, também merecem destaque as fraturas patológicas, que são aquelas que ocorrem devido a traumas banais, mas com o osso doente, como ocorre na osteoporose e nos tumores.
Quem tem maior risco de fraturar a coluna? Maior incidência em jovens, sendo 4 vezes mais comum no homem. Já nos idosos, existe um maior risco nas mulheres, principalmente nas portadoras de Osteoporose.
Quais os sintomas? Os sintomas vão depender muito do tipo, da localização, da gravidade da fratura e se alguma estrutura nervosa foi acometida. Geralmente, o sintoma mais comum é a dor na topografia da coluna. Muitas vezes, a dor é acompanhada de sinais como edema (inchaço), hematomas e até mesmo incapacidade funcional. Quando ocorre lesão de estruturas nervosa (como Medula Espinhal e nervos), podem estar presentes sintomas mais complexos, tais como dormência, perda da força de um ou mais membros, perda de controle dos esfíncteres (intestino e bexiga), paraplegia e, até mesmo, tetraplegia.
Como é feito o diagnóstico? Além da historia clínica e do exame físico, a utilização de alguns exames de imagens auxilia no diagnóstico e no planejamento da conduta terapêutica. A radiografia (RX) é o exame mais acessível e bastante utilizado como primeiro passo na investigação. A tomografia é útil para elucidar os casos duvidosos e para uma melhor avaliação do padrão de fratura. Já a ressonância magnética é um bom exame para avaliar estruturas conhecidas como “partes moles”, como ligamento, nervos e discos intervertebrais. Além disso, a ressonância ajuda a diferenciar uma fratura aguda de uma fratura crônica.
Todas as fraturas são iguais ou existe alguma mais grave do que as outras? As fraturas da coluna diferem entre si em termos de gravidade. Dentre os principais parâmetros, 4 se destacam para dizermos quão mais grave é a fratura. São eles:
1- Localização da fratura (cervical, torácica, lombar, sacral);
2- Morfologia da fratura;
3- Presença de lesão neurológica (como perda de movimento, perda de reflexos e perda do controle dos esfíncteres);
4- Presença de Modificadores, tais como lesão capsuloligamentar e herniação do disco intervertebral.
Como a morfologia da fratura é classificada? Apesar de cada fratura ser diferente de uma pessoa para a outra, muitas apresentam padrões semelhantes. Tais padrões permitem criarmos uma classificação que orienta os médicos na condução do tratamento. Além de orientar a conduta de cada caso, a classificação da fratura ajuda a predizer se a fratura é estável ou não, como nas classificações de Denis e de White e Punjabi. A morfologia da fratura ajuda ainda a inferir qual o mecanismo de trauma envolvido, sendo os principais tipos: as fraturas por compressão, as fraturas tipo explosão, as fraturas por flexão-distração e as fratura-luxação.
Como é feito o tratamento? O tratamento pode ser de duas formas: conservador (sem cirurgia) ou cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai depender principalmente da gravidade e de alguns parâmetros, como os supracitados.
Como é feito o Tratamento Conservador? O tratamento conservador geralmente é indicado quando não existe lesão neurológica e a fratura é estável. O tratamento pode ser feito desde o uso de medicação analgésica e repouso até o uso de imobilizadores, conhecidos como coletes.
Como é feito o Tratamento Cirúrgico? A indicação da cirurgia vai depender dos parâmetros de gravidades que já discutimos acima. O objetivo é estabilizara coluna, impedindo que o dano piore. A estabilização pode ser feita através de muitas técnicas (artrodese anterior, posterior, combinada etc), utilizando os mais variados materiais cirúrgicos, como placas, parafusos e hastes. Em alguns casos, podem ser empregadas técnicas menos invasivas, como a fixação percutânea e a vertebroplastia. A escolha da técnica é indicada através do estudo caso a caso.
Dr. Diego Ariel
oi Heloisa! :) que bom que você já está chegando nos 3 meses de recuperação. sobre voltar pra academia e musculação, o ideal é ir com calma... cada fratura tem seu tempo de consolidação e resposta ao tratamento conservador.
pra garantir uma volta segura, geralmente eu sugiro que o retorno às atividades físicas seja gradual, começando com exercícios leves, como caminhadas ou treinos de mobilidade. quanto à musculação, pode levar de 4 a 6 meses para voltar com tudo, especialmente nos exercícios mais exigentes para a coluna.
é essencial seguir as orientações do seu fisioterapeuta e fazer uma reavaliação com seu ortopedista antes de retomar atividades mais pesadas. ele vai te dar o aval baseado na radiografia e no exame físico. e não esquece: fortalecer a musculatura ao redor da lesão é importante, mas sem sobrecarregar.
se cuida e sucesso na recuperação... vai dar certo! ;)
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