A mão é o segmento final do membro superior, sendo dividida em três regiões: carpo (região do pulso), metacarpo (ossos da palma da mão) e falanges (ossos dos dedos). O carpo é constituído por oito pequenos ossos que se articulam entre si de forma harmônica. O metacarpo é formado por cinco ossos que se articulam de um lado com os ossos do carpo e do outro com as falanges. Já as falanges são três em cada dedo, com exceção do polegar, que só possui duas.
Uma das principais funções da mão é promover o mecanismo de preensão, fundamental para o manuseio de objetos de nosso cotidiano. A mão conta ainda com uma complexa estrutura ligamentar e tendinosa, sendo que qualquer lesão que acometa qualquer uma dessas estruturas tem o potencial de quebrar esses finos e sintônicos movimentos das mãos.
Para fins didáticos, os dedos da mão são numerados sequencialmente de 1 a 5, sendo o polegar o número 1 e o dedo “mínimo”, o 5.
As fraturas dos metacarpos e das falanges são comuns, compreendendo cerca de 10% de todas as fraturas, das quais mais de 50% são relacionadas ao trabalho.
Como ocorre a fratura da mão? Os traumas esqueléticos sofridos pela mão são muitos variados, podendo ser provenientes de muitos mecanismos. As lesões com sobrecarga axial frequentemente ocorrem durante esportes que utilizam bolas ou movimentos bruscos nas atividades cotidianas, como ao tentar segurar um objeto que cai. Outros mecanismos frequentes são o esmagamento e as amputações traumáticas, muito relacionadas a acidentes de trabalho. Outro mecanismo que vale a pena destacar são as fraturas ocasionadas por mordedura de animais.
Quem tem maior risco de fraturar da mão? Os principais fatores incluem sexo masculino, chegando a ser de 2 a 5 vezes mais comum no homem do que na mulher. Quanto à idade, as lesões relacionadas ao esporte são mais frequentes no início da terceira década de vida e as lesões relacionadas ao trabalho mais comuns por volta da quinta década.
Quais os sintomas? Dor, edema (inchaço), hematoma/equimose (mancha de coloração roxa, por extravasamento de sangue) e deformidade, além de incapacidade de mobilizar a mão. Em muitos casos, os traumas são tão graves, que existe exposição óssea ou até mesmo ocorre a amputação de algum dedo.
Como é feito o diagnóstico? Além da história clínica e do exame físico, a utilização de alguns exames de imagens auxilia no diagnóstico e no planejamento da conduta terapêutica. A radiografia (RX) é o exame mais acessível e o mais utilizado para essa finalidade.
Todas as fraturas são iguais ou existe alguma mais grave do que outras? As fraturas da mão diferem entre si em termos de gravidade. Dentre os principais parâmetros, 3 se destacam para dizermos quão mais grave é a fratura. São eles:
1- Fraturas expostas ou lesões associadas;
2- Desvio dos fragmentos;
3- Padrão e Estabilidade da fratura.
Como o padrão e a estabilidade da fratura são classificados? Apesar de cada fratura ser diferente de uma pessoa para a outra, muitas apresentam padrões semelhantes. Tais padrões permitem criarmos uma classificação que orienta os médicos na condução do tratamento. Basicamente elas dividem as fraturas de acordo com a localização da fratura, com energia/mecanismo do trauma e de acordo com o “traço” de fratura e com o desvio dos fragmentos, principalmente o rotacional.
Definir estabilidade é algo difícil. Alguns autores utilizam um critério bastante razoável de manutenção da redução da fratura quando as articulações adjacentes são levadas em pelo menos 30% de seus movimentos normais.
Como é feito o tratamento? O tratamento pode ser de duas formas: Conservador (sem cirurgia) ou Cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai depender principalmente da gravidade, da estabilidade e de alguns parâmetros, como os que citamos acima.
Como é feito o Tratamento Conservador? As melhores indicações são nos casos de fraturas com pouco desvio e estáveis. O tratamento é feito com imobilização pelo menor tempo possível, uma vez que, na mão, quanto mais tempo imobilizada, mais as chances de evoluir com rigidez. Nas fraturas estáveis, o tratamento pode ser realizado com imobilização com esparadrapo e controle radiológico após uma semana. Nas fraturas com pouco desvio, pode ser realizar a redução desse desvio e a imobilização externa, geralmente com aparelho ou imobilizadores (férulas metálicas ou de madeira). Sempre é necessária a realização do acompanhamento radiográfico. Em torno de 3 a 4 semanas, já podem ser observados sinais de consolidação da fratura.
Como é feito o Tratamento Cirúrgico? As indicações mais aceitas para o tratamento cirúrgico de fraturas da mão são as fraturas expostas, as fraturas instáveis, as fraturas irredutíveis, as fraturas múltiplas, as fraturas com perda óssea e as fraturas com lacerações de tendão. As demais situações devem ser avaliadas caso a caso. Dentre as principais técnicas empregadas, está a utilização de placas e parafusos e fios (pinos).
Quais as possíveis complicações? Infecção, Pseudartrose (“osso não cola”), deformidade residual, necrose, Artrose (também conhecido como Osteoartrite), lesão neurovascular, rigidez, dentre outras.
Após a cirurgia, em quanto tempo retorno às minhas atividades? O retorno vai depender muito da gravidade da fratura, das lesões associadas e de qual técnica de tratamento foi utilizada. Geralmente, o retorno pode variar de 3 a 6 meses. Todavia, há casos mais graves e mais complexos que necessitam de mais tempo para a reabilitação completa.
Dr. Diego Ariel
Oi Andreina! :) Pode sim fazer as atividades de casa, mas é importante tomar cuidado para não usar a mão fraturada e evitar ao máximo qualquer impacto nela.
Geralmente, fraturas no 5º metacarpo são imobilizadas com gesso ou tala por algumas semanas, e o essencial é respeitar o tempo de consolidação para garantir que o osso "cole" direitinho. Durante esse período, tenta adaptar suas tarefas para usar apenas a outra mão, como lavar louça com uma mão só ou pedir ajuda para carregar coisas pesadas. Além disso, vale conversar com seu médico sobre a previsão de recuperação e qualquer sintoma fora do normal.
Qualquer dúvida, é só falar... Boa recuperação, prinspa! ;)
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