O úmero é um osso longo, sendo o maior do membro superior, e se localiza no braço. O Úmero se articula com a escápula proximalmente (formando a articulação do ombro) e se articula com rádio e com a ulna distalmente (formando a articulação do cotovelo). Anatomicamente, o úmero é dividido em três regiões: úmero proximal (ombro), úmero diafisário (meio do braço) e úmero distal (cotovelo).
O úmero proximal é dividido em 4 segmentos, segundo a classificação de Neer: Cabeça, Tuberosidade Maior, Tuberosidade Menor e Colo. A cabeça se articula com a escápula, ajudando a formar a articulação do ombro, a qual possui maior amplitude de movimento entre todas as articulações do corpo. As duas tuberosidades são sedes de inserções dos tendões do manguito rotador, principal conjunto de músculos que dão movimento ao ombro. Já o colo marca o início da transição entre o úmero proximal e o úmero diafisário.
As fraturas do úmero proximal representam cerca de 4 a 5% de todas as fraturas e são as mais comuns do úmero (45%). A maior incidência dessa fratura na população idosa está relacionada com a Osteoporose, acometendo cerca de trezentas mil pacientes por ano (mais comuns que as fraturas do quadril).
Como ocorre a fratura do Úmero Proximal? Os principais mecanismos de fratura do úmero proximal são o trauma direto no ombro e a queda da própria altura sobre o braço estendido, mecanismo esse típico de mulher idosa e osteoporótica. Em pacientes mais jovens, geralmente, a fratura ocorre após traumas por mecanismo de alta energia, como nos acidentes automobilísticos.
Quem tem maior risco de fraturar do Úmero Proximal? Os principais fatores incluem sexo feminino, idade avançada (3/4 dos casos de fratura ocorrem em pacientes com mais de 60 anos), comorbidades, uso de tabaco/cigarro e álcool, fratura prévia, histórias de quedas e presença de Osteoporose. A fratura do úmero proximal tem relação direta com a evolução da Osteoporose, o que explica a maior incidência no sexo feminino dessa fratura (cerca de 3 mulheres para 1 homem).
Quais os sintomas? Dor, edema (inchaço), hematoma/equimose (mancha de coloração roxa, por extravasamento de sangue) e deformidade, além de incapacidade de mobilizar o membro superior afetado. Geralmente, o paciente dá entrada no pronto-socorro mantendo o braço junto ao tórax para tentar aliviar a dor.
Como é feito o diagnóstico? Além da história clínica e do exame físico, a utilização de alguns exames de imagens auxilia no diagnóstico e no planejamento da conduta terapêutica. A radiografia (RX) é o exame mais acessível e o mais utilizado para essa finalidade. A tomografia é muito útil para uma melhor avaliação do padrão de fratura.
Todas as fraturas são iguais ou existe alguma mais grave do que outras? As fraturas do úmero proximal diferem entre si em termos de gravidade. Dentre os principais parâmetros, 3 se destacam para dizermos quão mais grave é a fratura. São eles:
1- Fraturas expostas ou lesões associadas;
2- Desvio dos fragmentos;
3- Padrão da fratura.
Como o padrão da fratura é classificado? Apesar de cada fratura ser diferente de uma pessoa para a outra, muitas apresentam padrões semelhantes. Tais padrões permitem criarmos uma classificação que orienta os médicos na condução do tratamento. Existem muitas classificações, como a de Neer, a de Hertel e a feita pelo grupo AO. Basicamente, elas dividem as fraturas de acordo com a localização da fratura, com a energia/mecanismo do trauma, com o “traço” de fratura e com o desvio dos fragmentos (número de partes).
Como é feito o tratamento? O tratamento pode ser de duas formas: conservador (sem cirurgia) ou cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai depender principalmente da gravidade e de alguns parâmetros, como os que citamos acima.
Como é feito o Tratamento Conservador? A maioria das fraturas do úmero proximal pode ser tratada de forma conservadora, por meio do uso de imobilização. A melhor indicação é feita nos casos de fraturas com pouco desvio, que correspondem a cerca de 80% de todas as fraturas do úmero proximal. O tratamento é feito com tipoia por cerca de 7 a 10 dias e depois é iniciado com movimentos pendulares, se não houver crepitação no foco fraturário. Se houver crepitação, a imobilização é mantida, sendo sempre realizado o acompanhamento radiográfico. Em torno de 3 a 4 semanas, os exercícios ativos leves são iniciados. Entre 6 e 12 semanas, o paciente pode iniciar alongamentos e exercícios contra resistência leve.O retorno a um arco de movimentos e à função quase normal é esperado após 1 ano.
Como é feito o Tratamento Cirúrgico? As indicações mais aceitas para o tratamento cirúrgico de fraturas agudas do úmero proximal são fraturas expostas, comprometimento neurovascular associado e politraumatismo. Outras indicações são os grandes desvios e deslocamentos das partes. As demais situações devem ser avaliadas caso a caso. Dentre as principais técnicas empregadas, está a utilização de placas, parafusos, fios (pinos) e Artroplastia (prótese).
Quais as possíveis complicações? Infecção, Pseudartrose (“osso não cola”), deformidade residual, necrose, Artrose (também conhecido como Osteoartrite), lesão neurovascular, Trombose, embolia, dentre outras.
Após a cirurgia, em quanto tempo retorno às minhas atividades? O retorno vai depender muito da gravidade da fratura, das lesões associadas e de qual técnica de tratamento foi utilizada. Geralmente, o retorno pode variar de 6 a 12 meses. Todavia, há casos mais graves e mais complexos que necessitam de mais tempo para a reabilitação completa.
Dr. Diego Ariel
Oi Melissa!
Sobre o laudo para o INSS, isso vai depender de uma avaliação médica específica. O laudo de invalidez não é automático nesses casos. O médico vai considerar se a limitação é permanente e se compromete a sua capacidade de trabalhar. Normalmente, o processo envolve avaliação por um perito do INSS, que vai verificar sua condição e o impacto dela na sua função laboral.
Por enquanto, é essencial manter o acompanhamento com seu ortopedista e iniciar a fisioterapia assim que liberarem, porque isso pode ajudar muito a recuperar a função do braço. Quanto mais cedo você se dedicar à reabilitação, maiores as chances de recuperar movimentos e evitar sequelas permanentes. Qualquer dúvida, estamos por aqui! Boa sorte e força na recuperação!
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