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Postado por Diego Ariel
Categoria: Doenças do Joelho

Condromalácia


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    A Condromalácia é uma afecção da cartilagem hialina da superfície articular do osso. Isso resulta no amolecimento e subsequente ruptura, fissura e erosão da cartilagem hialina, ou seja, verdadeiras rachaduras. A condromalácia ocorre em qualquer articulação e é especialmente comum em articulações que tiveram traumas e deformidades.

    Na grande maioria dos casos, acomete o joelho, principalmente na patela, sendo conhecida como condromalácia patelar. Pode ser conhecida ainda como síndrome patelofemoral ou joelho de corredor.

    Muitos consideram a Condromalácia como doença precursora de artrose patelofemoral, que é secundária à lesão ou amolecimento da cartilagem patelar.

 

Qual a função da patela? A patela, também conhecida como rótula, é um osso localizado na frente do joelho. Além de proteger a região anterior do joelho, facilita a extensão (movimento de “esticar”) do joelho. A patela aumenta o braço de alavanca do quadríceps, resultando em maior força para o movimento de extensão. A perda da patela resulta em perda de força para a realização do movimento. Com o movimento do joelho, a patela desliza em um “trilho” no fêmur, o sulco troclear, formando a articulação patelo-femoral. Graças à espessa capa de cartilagem da patela, esse deslizamento pode ser feito de forma eficaz e harmônica.

 

 

Qual a causa da Condromalácia Patelar? A Condromalácia está muito associada ao desgaste anormal (microtraumas) da cartilagem. Causas importantes são o posicionamento lateral da patela na articulação patelo-femoral, a patela alta, a patela baixa, um retináculo lateral apertado ou uma plica sinovial lateral. 

    O ângulo Q é o ângulo entre o quadríceps e o tendão patelar (o normal é aproximadamente 14 graus nos homens e 17 graus nas mulheres). Um ângulo Q anormalmente alto indica tração lateral da patela no sulco troclear do fêmur e um mecanismo de desgaste da cartilagem articular. 

 

 

    A Condromalácia também é vista como uma complicação de fraturas ou traumas na região do joelho, imobilização e procedimentos cirúrgicos que levam à atrofia do quadríceps. Ela também é associada à lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA). Outras causas possíveis são a infecção e a inflamação do joelho. 

    Qualquer situação que cause uma orientação aumentada em valgo do joelho (joelho “zambeta”) causa aumento do desgaste lateral da articulação patelofemoral. Sapatos de salto alto e exercícios inadequados ou realizados com má técnica, que aumentam o estresse na articulação patelofemoral, também podem ser uma causa de Condromalácia. Infelizmente, muitas vezes, a causa não pode ser determinada (idiopática).

 

Quem tem maior risco de Condromalácia Patelar? Comum em pacientes jovens (na segunda década de vida) e relacionadas ao esporte (como dança e corrida). Devido à anatomia feminina (bacia mais larga e ângulo Q maior), a Condromalácia é muito mais frequente em mulheres de que em homens. 

 

Quais os sintomas? A dor no joelho é o principal sintoma. Alguns movimentos pioram a dor, como subir e descer escadas, agachar e saltar e até o ato de ficar sentado por um longo período (como no cinema). O paciente pode ainda se queixar de estalos e crepitação ao andar e correr e até mesmo uma sensação de que existe “areia” dentro da articulação. Se não tratado no início, o problema pode evoluir para rigidez e limitação dos movimentos e pode ser precursor de uma Artrose. 

 

Como é feito o diagnóstico? Só com a histíria clínica e o exame físico do paciente dá para se chegar ao diagnóstico na grande parte dos casos. No entanto, a Ressonância Magnética tem um papel importante, pois ajuda a confirmar e classificar o grau da lesão.

 

Toda Condromalácia é igual ou tem alguma mais grave do que outra? A Condromalácia é dividida em 4 estágios (Outerbridge), sendo o estágio 1 mais leve e o estágio 4 mais grave.

    Grau 1: ocorre um amolecimento da cartilagem. Nessa fase, aparecem poucos sintomas, geralmente dor leve eventual e estalidos. Muito comum o paciente ignorar os sintomas e, por isso, a doença evolui para o estágio 2.

    Grau 2: aparecem fissuras e a dor já é mais constante, os estalos maiores e algumas atividades, como subir e descer escada, já incomodam mais.

    Grau 3: as fissuras aumentam, atingindo toda a espessura da cartilagem. Nessa fase, o incômodo já está grande. Praticar esportes ou andar de salto alto já são tarefas muito difíceis.

    Grau 4: nesse estágio, ocorre erosão ou perda completa da cartilagem articular, com exposição do osso embaixo dela. Nessa fase, a dor é tão grande que torna as atividades do dia a dia quase impossíveis.

 

 

 Como é feito o tratamento? Infelizmente, a cartilagem possui pouquíssimo potencial de cicatrização. Ou seja, o dano presente na cartilagem é praticamente irreversível. Assim, o principal foco do tratamento é evitar a progressão da doença e melhorar os sintomas.

    O tratamento pode é dividido em duas formas: conservador (sem cirurgia) e cirúrgico. Geralmente, o tratamento conservador tem bons resultados, sendo o tratamento cirúrgico raramente indicado.

 

Como é feito o Tratamento Conservador? O foco do tratamento é controlar a dor, fortalecer a musculatura da coxa e descobrir e agir na causa da Condromalácia do paciente.

    Para controlar a dor, iniciamos com medidas simples, como descansar o joelho periodicamente e evitar atividades que aumentem as dores, por exemplo, subir e descer escadas, uso de salto alto e exercícios que exigem muita flexão dos joelhos. Além disso, outras medidas fundamentais são: uso de compressas com gelo, sessões de fisioterapia, acupuntura e uso de algumas medicações (como analgésicos e condroprotetores). A fisioterapia tem função muito importante, pois, além de aliviar a dor, ajuda no alongamento, no fortalecimento e no reequilíbrio muscular.

    No fortalecimento muscular, o fortalecimento do quadríceps é muito importante. Este é feito através de exercícios com um grau de dificuldade progressiva, evitando uma sobrecarga na articulação patelofemoral, como exercícios isométricos de extensão do joelho e exercícios em que os membros inferiores estejam fixos em alguma superfície, como o Agachamento e Leg-Press. 

    MUITO IMPORTANTE: Todos os exercícios devem ser supervisionados por profissionais da área, pois, em atividades de Agachamento e Leg-Press, deve-se EVITAR flexão extrema dos joelhos.

    Por fim, após descobrir o que causou a Condromalácia, devemos agir nela. Por exemplo, se a causa for o salto alto, devemos restringir o uso; se a causa for um mal alinhamento dos membros, devemos corrigir.

 

 

    Como é feito o Tratamento Cirúrgico? Geralmente, o tratamento conservador apresenta bons resultados. Entretanto, na falha do tratamento conservador, a cirurgia pode ser indicada. O procedimento vai depender muito da causa da Condromalácia. Dentre as opções, podemos citar: 

    - Viscossuplementação: por meio de uma agulha, é injetado no joelho um fluido que tem por objetivo melhorar a “lubrificação”; 

    - Artroscopia: com ajuda de uma pequena câmera, uma limpeza é realizada dentro do joelho;

    - Osteotomia: são “cortes” realizados nos ossos. Pode ser indicada quando o joelho apresenta alguma deformidade ou desalinhamento.

 

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