A tíbia e a fíbula (perônio) formam a estrutura óssea da perna, sendo a tíbia o maior e mais importante osso na perna. A tíbia é anatomicamente dividida em três segmentos: Proximal (perto do joelho), Diáfise (meio da perna) e Distal (perto do tornozelo).
A tíbia tem um formato triangular e mede de 20% a 25% do comprimento da pessoa. É osso longo mais fraturado do corpo. Todo ano, a cada 100.000 pessoas, cerca de 26 sofrem fratura de tíbia.
Qual a função da Tíbia? A tíbia é o segundo osso mais importante dos membros inferiores na sustentação do peso (perdendo apenas para o fêmur). A tíbia ainda faz parte de duas articulações: o joelho e o tornozelo. Ou seja, além de ajudar no suporte do peso, a tíbia é fundamental para a realização de muitos movimentos, desde uma simples caminhada até um salto complexo.
Como ocorre a fratura da Tíbia? Basicamente são 5 causas principais de fratura da tíbia: Quedas (própria altura, escada ou lugares altos); Lesões desportivas; Ferimento por arma de fogo; Traumas diretos ou agressão; Decorrência de acidentes automobilísticos (motociclistas, pedestres ou ocupantes de automóveis).
Quem tem maior risco de fraturar a Tíbia? Maior incidência em homens jovens entre 15 e 19 anos e nos idosos (devido à Osteoporose).
Quais os sintomas? Dor e edema (inchaço) e deformidade da perna, além de incapacidade de apoiar o peso do corpo. A presença de bolhas, a síndrome compartimental (aumento da pressão dentro da perna) e a exposição óssea (fratura exposta) também podem estar presentes e inspiram maiores cuidados.
Como é feito o diagnóstico? Além da história clínica e do exame físico, a utilização de alguns exames de imagens auxilia no diagnóstico e no planejamento da conduta terapêutica. A radiografia (RX) é o exame mais acessível e o mais utilizado para essa finalidade. A tomografia é útil para uma melhor avaliação do padrão de fratura.
Todas as fraturas são iguais ou existe alguma mais grave do que outras? As fraturas da tíbia diferem entre si em termos de gravidade. Dentre os principais parâmetros, 4 se destacam para dizermos quão mais grave é a fratura. São eles:
1- Fraturas expostas ou grave lesão de partes moles (pele, músculos, ligamentos, tendões etc);
2- Presença ou não de síndrome compartimental (aumento da pressão interna da perna);
3- Lesão vascular associada;
4- Padrão da fratura.
Como o padrão da fratura é classificado? Apesar de cada fratura ser diferente de uma pessoa para a outra, muitas apresentam padrões semelhantes. Tais padrões permitem criarmos uma classificação que orienta os médicos na condução do tratamento. Existem muitas classificações, sendo a feita pelo grupo AO a mais conhecida, que basicamente divide as fraturas de acordo com a energia/mecanismo do trauma e de acordo com o “traço” de fratura.
Como é feito o tratamento? O tratamento pode ser de duas formas: conservador (sem cirurgia) ou cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai depender principalmente da gravidade e de alguns parâmetros, como os 4 que citamos acima.
Como é feito o Tratamento Conservador? O tratamento conservador geralmente é indicado em fraturas com pouco desvio, estáveis, fechadas, de baixa energia, isoladas, sem síndrome compartimental e sem lesão vascular. O tratamento conservador depende muito da cooperação do paciente e consiste basicamente no uso de imobilizações (na maioria das vezes feitas de gesso) e restrições de carga.
Como é feito o Tratamento Cirúrgico? Na maioria dos casos, o tratamento é cirúrgico. A técnica a ser utilizada vai depender dos parâmetros de gravidades que já discutimos. Dependendo do tipo de fratura, pode ser necessária mais de uma cirurgia. Por exemplo, nas fraturas expostas e nas fechadas de alta energia, o fixador externo é uma conduta bastante útil no tratamento inicial. Nas situações de síndrome compartimental, é mandatória a realização de uma fasciotomia (procedimento para aliviar a pressão dentro da perna). Nos casos de lesão vascular, o reparo da artéria deve ser realizado. Dentre as principais técnicas empregadas, estão a utilização de placas, fixadores externos e hastes.
Quais as possíveis complicações? Infecção, síndrome compartimental, Pseudoartrose (“osso não cola”), deformidade residual, necrose, Artrose (também conhecido como Osteoartrite), lesão neurovascular, Trombose, embolia, dentre outras.
Após a cirurgia, em quanto tempo retorno às minhas atividades? O retorno vai depender muito da gravidade da fratura, das lesões associadas e de qual técnica de tratamento foi utilizada. Por exemplo, quando é optado pelo tratamento conservador (com o uso de gesso, por exemplo), o paciente em média começa a pisar com carga parcial em torno de 6 a 8 semanas e pisando com carga total em torno de 12 semanas, sendo o gesso retirado após a consolidação (quando o osso “cola”). Já quando é optado pelo uso de haste, como foi feito no lutador de MMA Anderson Silva, o paciente geralmente já é orientado a pisar no chão no primeiro dia após a cirurgia.
Dr. Diego Ariel
Oi Elizabete, que situação chata, hein? Ainda bem que você está sendo acompanhada direitinho. Sobre o inchaço e a vermelhidão no pé, isso pode ser esperado, mas é bom ficar atenta. Como você mencionou que teve trombose, é essencial observar esses sintomas com cuidado.
O inchaço pode ser pelo tempo em que a perna ficou imobilizada e a circulação acabou ficando prejudicada. Além disso, a própria fratura pode causar edema por um tempo. No entanto, é muito importante garantir que não haja nenhum agravamento da trombose. Em alguns casos, a trombose pode piorar ou causar desconforto em função do movimento reduzido e da recuperação lenta.
Sugiro que você mantenha o pé elevado sempre que possível, use a bota como orientado e observe sinais como dor excessiva, aumento do inchaço ou vermelhidão se espalhando. Se esses sintomas piorarem, é bom avisar seu médico antes do retorno programado, até para evitar qualquer complicação.
A fisioterapia também será fundamental na sua recuperação para melhorar a circulação e ajudar a consolidar a fratura. Continue firme que logo você estará se sentindo melhor! Qualquer coisa, estamos aqui. :)
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