A pé é o segmento final do membro inferior, que possui 26 ossos e é dividido em três regiões: tarso (região posterior), metatarso (meio do pé) e falanges (ossos dos dedos). O tarso é constituído por sete ossos: tálus, calcâneo, cuboide, navicular e três cuneiformes. Só o tálus articula-se com os ossos da perna. O metatarso é formado por cinco ossos que se articulam de um lado com os ossos do tarso e do outro com as falanges. Já as falanges são três em cada dedo, com exceção do hálux (dedão), que só possui duas.
O pé conta ainda com uma complexa estrutura ligamentar e tendinosa, sendo que qualquer lesão que acometa qualquer uma dessas estruturas tem o potencial de quebrar os finos e harmônicos movimentos dos pés.
Para fins didáticos, os dedos do pé são numerados sequencialmente de 1 a 5, sendo o hálux (dedão) o número 1 e o dedo “mínimo” o 5.
O calcâneo é o osso do tarso mais frequentemente fraturado, correspondendo a cerca de 2% de todas as fraturas de todas as fraturas do corpo. O tálus é o segundo osso do tarso que mais sofre lesão. Já nas fraturas das falanges, a falange proximal do quinto pododáctilo é a mais envolvida.
Como ocorre a fratura do pé? Os traumas esqueléticos sofridos pelo pé são muito variados, podendo ser provenientes de muitos mecanismos. Nas falanges, os mecanismos diretos (como a queda de um objeto no pé) e o indireto (carga axial com desvio, como ocorre na “topada”) são os mais comuns. Já no tarso, principalmente no calcâneo, o trauma axial é o principal mecanismo, como ocorre nas quedas de grandes alturas. Os acidentes automobilísticos, principalmente em motociclistas sem uso de calçados adequados, são outras grandes fontes de fraturas do pé.
Quem tem maior risco de fraturar do pé? As fraturas do tarso são mais comuns em homens, principalmente em jovens, e muito associados a acidentes automobilísticos, laborais e desportivos. Cerca de 90% das fraturas do calcâneo ocorrem em homens entre 21 e 45 anos de idade, com a maioria sendo trabalhadores industriais. Já as fraturas dos metatarsos e falanges são mais frequentes nas mulheres, com destaque para os acidentes automobilísticos e acidentes domésticos.
Quais os sintomas? Dor, edema (inchaço), hematoma/equimose (mancha de coloração roxa, por extravasamento de sangue) e deformidade, além de incapacidade de mobilizar o pé. Em muitos casos, os traumas são tão graves, que existe exposição óssea ou até mesmo ocorre o esmagamento de algum dedo.
Como é feito o diagnóstico? Além da história clínica e do exame físico, a utilização de alguns exames de imagens auxilia no diagnóstico e planejamento da conduta terapêutica. A radiografia (RX) é o exame mais acessível e o mais utilizado para essa finalidade. A tomografia é muito útil para uma melhor avaliação do padrão de fratura.
Todas as fraturas são iguais ou existe alguma mais grave do que outras? As fraturas do pé diferem entre si em termos de gravidade. Dentre os principais parâmetros, três se destacam para dizermos quão mais grave é a fratura. São eles:
1- Fraturas expostas ou lesões associadas;
2- Desvio dos fragmentos;
3- Padrão da fratura.
Como o padrão e a estabilidade da fratura são classificados? Apesar de cada fratura ser diferente de uma pessoa para a outra, muitas apresentam padrões semelhantes. Tais padrões permitem criarmos uma classificação que orienta os médicos na condução do tratamento. Para cada um dos ossos que compõem o pé, existe uma classificação distinta. Basicamente, elas dividem as fraturas de acordo com a localização da fratura, com energia/mecanismo do trauma e de acordo com o “traço” de fratura e o desvio dos fragmentos (número de partes).
Como é feito o tratamento? O tratamento pode ser de duas formas: conservador (sem cirurgia) ou cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai depender principalmente da gravidade, da estabilidade e de alguns parâmetros, como os que citamos acima.
Como é feito o Tratamento Conservador? O tratamento conservador geralmente é indicado em fraturas com pouco desvio, estáveis, fechadas, de baixa energia, isoladas, sem síndrome compartimental e sem lesão vascular. O tratamento conservador depende muito da cooperação do paciente e consiste basicamente no uso de imobilizações (na maioria das vezes, feitas de gesso) e restrições de carga. Em algumas fraturas das falanges, o tratamento pode ser realizado com imobilização com esparadrapo. Sempre é necessária a realização do acompanhamento radiográfico.
Como é feito o Tratamento Cirúrgico?As indicações mais aceitas para o tratamento cirúrgico de fraturas do pé são fraturas expostas, comprometimento neurovascular associado, politraumatismo, fraturas múltiplas, fraturas com perda óssea e as fraturas com lacerações de tendão. As demais situações devem ser avaliadas caso a caso. Dentre as principais técnicas empregadas, estão a utilização de placas, parafusos e fios (pinos).
Quais as possíveis complicações? Infecção, Pseudartrose (“osso não cola”), deformidade residual, necrose, Artrose (também conhecido como Osteoartrite), lesão neurovascular, rigidez, dentre outras.
Após a cirurgia, em quanto tempo retorno às minhas atividades? O retorno vai depender muito da gravidade da fratura, das lesões associadas e de qual técnica de tratamento foi utilizada. Geralmente, o retorno pode variar de 6 a 9 meses. Todavia, há casos mais graves e mais complexos que necessitam de mais tempo para a reabilitação completa.
Dr. Diego Ariel
Oi, Sônia! Tudo bem? :)
Então, o roxo (equimose) no peito do pé e nos outros dedos é algo comum depois de uma fratura, especialmente no dedão (hallux). Isso acontece porque, com o impacto forte, há rompimento de pequenos vasos sanguíneos, e o sangue se espalha, causando essas manchas roxas. Como o pé é uma área de muita vascularização, esse tipo de hematoma pode se espalhar e até parecer pior nos dias seguintes.
Mas ó, é sempre bom ficar atenta a alguns sinais: se o inchaço aumentar muito, se o pé ficar muito quente ou dolorido, ou se você sentir dormência. Pode ser apenas parte da recuperação, mas se algo te deixar preocupada, o ideal é dar uma passada no ortopedista para reavaliar e garantir que está tudo certo.
Ah, e lembre de manter o pé elevado quando puder e, se o médico liberou, usar gelo pode ajudar a aliviar o inchaço e as manchas roxas!
Qualquer coisa, estou por aqui!
:)
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