O punho é a articulação que une o antebraço com a mão. Conhecido popularmente como “pulso” e “munheca”. O punho é formado pelos ossos rádio, ulna e carpo. Devido à alta prevalência de fraturas do rádio distal, frequentemente o termo fratura do punho é tido como sinônimo de fratura do rádio distal.
O rádio distal é segmento desse osso que mais fica próximo à mão. Para se ter uma ideia, através do rádio distal passa cerca de 80% da carga axial do punho, por isso sua importância para a articulação do punho.
As fraturas do rádio distal estão entre as mais comuns do membro superior. Ocorrem mais de 650.000 fraturas a cada ano nos EUA. As fraturas do rádio distal representam cerca 16% de todas as fraturas tratadas nos serviços de emergência.
Como ocorre a fratura do Rádio Distal? O mecanismo mais comum de lesão é uma queda sobre a mão hiperestendida. Em pessoas mais jovens, as causas mais frequentes incluem queda de altura, acidente automobilístico ou lesões sofridas durante atividades esportivas. Em idosos, as fraturas geralmente são decorrentes de mecanismos de baixa energia, como uma queda da própria altura.
Quem tem maior risco de fraturar do Rádio Distal? Os principais fatores incluem sexo feminino, idade avançada (no adulto, a maior incidência é entre 60-70 anos), raça branca, uso de tabaco/cigarro e álcool, fratura prévia, histórias de quedas e presença de Osteoporose. A fratura do rádio distal tem relação direta com a evolução da Osteoporose, o que explica a maior incidência no sexo feminino dessa fratura (cerca de 5 mulheres para 1 homem).
Quais os sintomas? Dor, edema (inchaço), hematoma/equimose (mancha de coloração roxa, por extravasamento de sangue) e deformidade, além de incapacidade de mobilizar o membro superior afetado. Geralmente, o paciente dá entrada no pronto-socorro mantendo o punho junto ao corpo para tentar aliviar a dor. Em certos casos, a deformidade é tão grande que o punho fica parecido com um “dorso de um garfo”.
Como é feito o diagnóstico? Além da história clínica e do exame físico, a utilização de alguns exames de imagens auxilia no diagnóstico e no planejamento da conduta terapêutica. A radiografia (RX) é o exame mais acessível e o mais utilizado para essa finalidade. A tomografia é muito útil para uma melhor avaliação do padrão de fratura, principalmente nos casos de dúvida e nas fraturas articulares.
Todas as fraturas são iguais ou existe alguma mais grave do que outras? As fraturas do rádio distal diferem entre si em termos de gravidade. Dentre os principais parâmetros, três se destacam para dizermos quão mais grave é a fratura. São eles:
1- Fraturas expostas ou lesões associadas;
2- Desvio dos fragmentos;
3- Padrão da fratura.
Como o padrão da fratura é classificado? Apesar de cada fratura ser diferente de uma pessoa para a outra, muitas apresentam padrões semelhantes. Tais padrões permitem criarmos uma classificação que orienta os médicos na condução do tratamento. Basicamente elas dividem as fraturas de acordo com a localização da fratura, com energia/mecanismo do trauma e de acordo com o “traço” de fratura e com o desvio dos fragmentos (número de partes).
Como é feito o tratamento? O tratamento pode ser de duas formas: conservador (sem cirurgia) ou cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai depender principalmente da gravidade, da idade do paciente e de alguns parâmetros, como os que citamos acima.
Como é feito o Tratamento Conservador? A melhor indicação de tratamento conservador é feita nos casos de fraturas sem ou com pouco desvio. Mesmo nos casos de fratura com desvio, pode ser feita uma redução “fechada” dessa deformidade, geralmente sob anestesia. O tratamento é feito com imobilização gessada, geralmente do tipo axilopalmar, sendo sempre realizado o acompanhamento radiográfico. Entre 6 e 8 semanas, a imobilização é retirada e o paciente pode iniciar alongamentos e exercícios contra resistência leve. O retorno a um arco de movimentos e função quase normais é esperado após um período de 6 a 9 meses, podendo ser mais precoce nas crianças.
Como é feito o Tratamento Cirúrgico? As indicações mais aceitas para o tratamento cirúrgico de fraturas agudas do rádio distal são fraturas expostas, comprometimento neurovascular associado e politraumatismo. Outras indicações são os grandes desvios, cominuição metafisária (fratura com muitos pedaços), perda óssea, incongruência entre o rádio e a ulna e falha do tratamento conservador. As demais situações devem ser avaliadas caso a caso. Dentre as principais técnicas empregadas, estão a utilização de placas, parafusos, fios (pinos) e fixadores externos.
Quais as possíveis complicações? Infecção, Pseudartrose (“osso não cola”), deformidade residual, necrose, Artrose (também conhecido como Osteoartrite), lesão neurovascular, Trombose, embolia, dentre outras.
Após a cirurgia, em quanto tempo retorno às minhas atividades? O retorno vai depender muito da gravidade da fratura, das lesões associadas e de qual técnica de tratamento foi utilizada. Geralmente, o retorno pode variar de 6 a 12 meses. Todavia, há casos mais graves e mais complexos que necessitam de mais tempo para a reabilitação completa.
Dr. Diego Ariel
oi, Edu! Então, sobre a remoção da tala após 5 semanas, isso pode estar certo, sim. O tempo para tirar a tala ou imobilização em fraturas do rádio (ou outras fraturas tratadas cirurgicamente com parafusos e fio de Kirschner) costuma variar. Em geral, o osso começa a consolidar em torno de 4 a 6 semanas.
A decisão de retirar a tala com 5 semanas pode indicar que o médico observou sinais de boa consolidação e está buscando iniciar mobilizações para evitar rigidez. É bem comum que após a retirada da imobilização se recomende fisioterapia para recuperar a força e a mobilidade do punho e antebraço.
Minha sugestão é seguir direitinho a orientação do seu ortopedista e, se ficar na dúvida ou sentir desconforto, não hesite em retornar para ele avaliar novamente. Iniciar a reabilitação o quanto antes pode ser bem importante nesse tipo de caso :)
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