O úmero é um osso longo, sendo o maior do membro superior, e se localiza no braço. O Úmero se articula com a escápula proximalmente (formando a articulação do ombro) e se articula com rádio e com a ulna distalmente (formando a articulação do cotovelo). Anatomicamente, o úmero é dividido em três regiões: úmero proximal (ombro), úmero diafisário (meio do braço) e úmero distal (cotovelo). Mais precisamente, a diáfise do úmero estende-se da inserção do músculo peitoral maior até uma estrutura próxima ao cotovelo chamada crista supracondilar.
A fratura do úmero diafisário é uma lesão relativamente comum. Representa de 3 a 5% de todas as fraturas do corpo, correspondendo a uma incidência de cerca de 14,5 fraturas a cada 100.000 pessoas por ano. Dessas, em torno de 2 a 10% são fraturas expostas.
Como ocorre a fratura do Úmero Diafisário? O principal mecanismo de fratura do úmero proximal é o trauma direto no braço. Outro mecanismo é o trauma indireto, como ocorre na queda da própria altura sobre o braço estendido, mecanismo esse mais comum em pessoas idosas. Em pacientes mais jovens, geralmente, a fratura ocorre após traumas por mecanismo de alta energia, como nos acidentes automobilísticos.
Quem tem maior risco de fraturar do Úmero Diafisário? Esse tipo de fratura tem uma distribuição bimodal de acordo com a idade, ou seja, ocorre um pico de muitas fraturas em jovens, em torno da 3ª década de vida, principalmente em homens. O outro pico ocorre em torno da 7ª década de vida, principalmente em mulheres.
Quais os sintomas? Dor, edema (inchaço), hematoma/equimose (mancha de coloração roxa, por extravasamento de sangue) e deformidade/encurtamento, além de incapacidade de mobilizar o membro superior afetado. Nesse tipo de fratura, devido a sua proximidade com a diáfise do úmero, deve-se dar atenção à lesão do nervo radial. Quando existe lesão do nervo radial, alguns movimentos são prejudicados, como a extensão do cotovelo, do punho e dos dedos.
Como é feito o diagnóstico? Além da história clínica e do exame físico, a utilização de alguns exames de imagens auxilia no diagnóstico e no planejamento da conduta terapêutica. A radiografia (RX) é o exame mais acessível e o mais utilizado para essa finalidade. A tomografia pode ser útil para uma melhor avaliação do padrão de fratura. Contudo, geralmente, apenas com a radiografia já suficiente para se diagnosticar e traçar a conduta.
Todas as fraturas são iguais ou existe alguma mais grave do que outras? As fraturas do úmero proximal diferem entre si em termos de gravidade. Dentre os principais parâmetros, 3 se destacam para dizermos quão mais grave é a fratura. São eles:
1- Fraturas expostas ou lesões associadas;
2- Desvio dos fragmentos;
3- Padrão da fratura.
Como o padrão da fratura é classificado? Apesar de cada fratura ser diferente de uma pessoa para a outra, muitas apresentam padrões semelhantes. Tais padrões permitem criarmos uma classificação que orienta os médicos na condução do tratamento. Uma classificação bastante utilizada é a feita pelo grupo AO. Basicamente, ela divide as fraturas de acordo com a localização da fratura, com energia/mecanismo do trauma e com o “traço” de fratura.
Como é feito o tratamento? O objetivo do tratamento é estabelecer uma consolidação (osso “colar”) com alinhamento aceitável e restaurar o nível funcional que o paciente tinha antes da lesão. O tratamento pode ser de duas formas: conservador (sem cirurgia) ou cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai depender principalmente da gravidade e de alguns parâmetros, como os que citamos acima.
As características do paciente e da fratura precisam ser consideradas na escolha de uma opção apropriada de tratamento. A idade do paciente, o nível funcional (grau de atividade do paciente), a presença de lesões associadas, o estado dos tecidos moles (músculos, pele, tendões e nervos etc) e o padrão da fratura são observados.
Como é feito o Tratamento Conservador? A maioria das fraturas do úmero diafisário pode ser tratada de forma conservadora, através do uso de imobilização. A melhor indicação é feita nos casos de fraturas com pouco desvio e sem lesões associadas. A imobilização pode ser feita através de muitos métodos, como o uso aparelho gessado, bracefuncional e imobilização toracoabdominal. 20º de angulação anterior, 30º de angulação em varo e até 3cm de aposição em baioneta são aceitáveis e não comprometerão a função ou a aparência.
Um dos principais pré-requisitos para a escolha do tratamento conservador é a cooperação do paciente. O tratamento conservador exige bastante cuidado e um acompanhamento mais intensivo junto ao médico. Muitas vezes, são necessárias trocas do aparelho gessado, pois, com o passar do tempo, o edema (inchaço) no braço diminui e o aparelho gessado fica “frouxo”. A consolidação geralmente ocorre entre 8 e 10 semanas. Todavia, a confirmação através da radiografia e do exame físico é necessária.
Como é feito o Tratamento Cirúrgico? As indicações mais aceitas para o tratamento cirúrgico de fraturas agudas do úmero diafisário são fraturas expostas, comprometimento neurovascular associado e politraumatismo. Outras indicações são grandes desvios, falha do tratamento conservador, “cotovelo flutuante” (quando ocorre fratura do úmero associada com fratura do antebraço), extensão da fratura para articulação, fratura segmentar e fratura bilateral. As demais situações devem ser avaliadas caso a caso. Dentre as principais técnicas empregadas, estão a utilização de placas, parafusos, hastes intramedular e fixadores externos.
Quais as possíveis complicações? Infecção, Pseudartrose (“osso não cola”), deformidade residual, necrose, Artrose (também conhecido como Osteoartrite), lesão neurovascular, Trombose, embolia, dentre outras.
Após a cirurgia, em quanto tempo retorno às minhas atividades? O retorno vai depender muito da gravidade da fratura, das lesões associadas e de qual técnica de tratamento foi utilizada. Geralmente, o retorno pode variar de 6 a 9 meses. Todavia, há casos mais graves e mais complexos que necessitam de mais tempo para a reabilitação completa.
Dr. Diego Ariel
Oi, Oneide! Poxa, fratura de cotovelo em criança é sempre algo que requer bastante atenção. Esse aumento nas partes moles que o raio-X mostrou pode indicar edema, uma inflamação ou até algum hematoma residual. Em casos mais raros, pode sugerir complicações como infecção ou má posição dos fragmentos ósseos.
O próximo passo mais comum é o ortopedista avaliar se o osso está consolidando bem e se não há sinais de infecção ou deslocamento. Dependendo da situação, pode ser necessário:
Sugiro que você siga direitinho as orientações do médico dela e, caso percebam dor constante, inchaço maior ou dificuldade de movimentação, não hesitem em procurar outra avaliação ortopédica. Cada caso é único, mas com atenção e acompanhamento, a recuperação deve correr bem. Boa sorte pra pequena!
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