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Postado por Diego Ariel
Categoria: Trauma

Um pouco de História: a Traumatologia...


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    A traumatologia é o ramo da medicina especializado no estudo, no diagnóstico, tratamento, no acompanhamento e na prevenção dos traumatismos e de suas consequências. 

    A palavra "trauma" tem origem grega e significa “ferida”. Na medicina, o trauma é tido como um ou mais acontecimentos não previstos e indesejáveis que, muitas vezes, de forma violenta, atingem pessoas e produzem alguma forma de lesão ou dano. 

    Entre as causas mais conhecidas de trauma, estão os acidentes (ex: trânsito e as quedas acidentais) e a violência (ex: agressão por arma branca ou de fogo), que podem ou não levar a óbito. Esse conjunto de eventos é chamado de “causas externas”. 

 

 

    A traumatologia é o ramo da medicina especializado no estudo, no diagnóstico, tratamento, no acompanhamento e na prevenção dos traumatismos e de suas consequências. 

    A palavra "trauma" tem origem grega e significa “ferida”. Na medicina, o trauma é tido como um ou mais acontecimentos não previstos e indesejáveis que, muitas vezes, de forma violenta, atingem pessoas e produzem alguma forma de lesão ou dano. 

    Entre as causas mais conhecidas de trauma, estão os acidentes (ex: trânsito e as quedas acidentais) e a violência (ex: agressão por arma branca ou de fogo), que podem ou não levar a óbito. Esse conjunto de eventos é chamado de “causas externas”. 

    Atualmente, no Brasil, a Traumatologia e a Ortopedia são especialidades unificadas, visando principalmente ao estudo e ao manejo dos traumatismos do Sistema Locomotor (ex: ossos, músculos, ligamentos e articulação). 

    O especialista médico o qual trabalha com trauma do sistema locomotor é conhecido como “Ortopedista e Traumatologista” ou, simplesmente, “Ortopedista”. 

    Desde os primórdios do ser humano, já existem evidências de tratamentos traumatológicos. Em fósseis de homens primitivos, foram achados ossos fraturados que consolidaram com bom alinhamento, o que leva a inferir que, possivelmente, já era utilizado algum tipo de imobilização para ajudar no processo de consolidação óssea. A título de exemplificação, no Egito, algumas múmias foram encontradas utilizando talas feitas de bambu e acolchoadas com linho.

    Sem dúvida, um dos achados históricos mais interessantes sobre traumatologia foi o papiro de Edwin Smith, roubado de uma tumba em 1862. Tal papiro classificava os traumas de acordo com seu prognóstico e sua autoria fora atribuída a Imhotep (médico, arquiteto, astrólogo, chanceler do faraó e sumo-sacerdote do deus-sol Rá). Imhotep ficou popularmente conhecido como antagonista da série de filmes A Múmia (1932, 1999 e 2001).

 

 

    Após a era egípcia, vieram os gregos, bem representados por Hipócrates (460 a.C.-377 a.C. ?). Considerado o pai da medicina, ele escreveu o famoso “Corpus Hippocrates”, que, já naquela época, detalhou de forma hábil o tratamento de fraturas. Em fraturas de tíbia, utilizava talas similares a fixadores externos e, nas fraturas expostas infectadas, ele recomendava o uso de ceras e enfaixamento com compressas de vinho. Ela ainda descreveu a luxação de ombro e criou uma técnica de redução que até hoje é conhecida pelos atuais traumatologistas.

 

 

    Na era romana, Galeno de Pérgamo (129 d.C. - 199 d.C. ?) utilizava suas habilidades em traumatologia para o tratamento dos gladiadores feridos nos combates. Galeno é conhecido como o pai da medicina do esporte e deixou um vasto legado para seus sucessores.

   Após a queda do império romano, os árabes ganharam destaque no campo traumatológico. Feito com água e sulfato de cálcio desidratado, o famoso “Gesso de Paris” foi o precursor das atuais imobilizações. Ele se popularizou no século X, mas foi o persa Abu Mansur Muwaffak quem primeiro descreveu a cobertura de gesso para fraturas e outros traumas ósseos dos membros, anos após o incêndio da biblioteca de Alexandria.

    Na Idade Média, pouco se avançou na área durante quase um século, estando a traumatologia praticamente estagnada e ainda muito dependente dos conhecimentos de antigos estudiosos, como Hipócrates. Muitos dos tratamentos se resumiam a amputações, com uso de ferro em brasa e de óleo fervente, realizadas sem nenhum conhecimento de assepsia e anestesia. 

    Com o fim da Idade Média, muitos nomes famosos surgiram e contribuíram de forma fundamental para que a traumatologia se modernizasse. Um dos primeiros nomes foi Ambroise Paré, considerado o cirurgião mais famoso do século XVI e o pai da Cirurgia francesa. Ele publicou, em 1956, um trabalho monumental em Cirurgia, o Deux livres de chirurgie, e foi pioneiro na hemostasia de membros amputados, com o uso de pinças e fios para ligar os vasos, tal como praticado atualmente.

 

    Além de Ambroise, outros merecem destaque, como Thomas Sydneham (1624-1689), conhecido como o pai da medicina inglesa; Barão Guillaume Dupuytren (1777-1835), famoso médico do exército francês, hábil traumatologista e conhecido por tratar das hemorroidas de Napoleão; Antonius Mathysen (1805-1878), cirurgião militar holandês que, em 1851, inventou a atadura de gesso, conhecida como Gesso de Paris; Joseph Lister (1827-1912), conhecido pela introdução da antissepsia; Hugh Thomas (1834-1891), o pai da ortopedia britânica; Carl Hansmann (1853-1917), cirurgião alemão de Hamburgo, o primeiro a publicar, em 1886, sobre fixação de fraturas com o uso de placas; e Albin Lambotte (1866-1955), cirurgião belga conhecido por desenvolver e colocar o primeiro fixador externo, no ano de 1902, que, por sinal, muito se assemelha aos atuais.

 

 

    O início do século XX foi um marco decisivo para a Traumatologia. A descoberta dos Raios-X assinalou o início dos anos 1900, e a própria Ortopedia iniciava a ser vista como uma especialidade médica autônoma na Europa. 

 

 

    Todavia, a grande evolução veio com as terríveis guerras mundiais. O mesmo já tinha ocorrido durante a Guerra Civil Americana, quando a ortopedia passou a ser vista como especialidade na América do Norte. Como sempre, a necessidade mostrou-se a mãe das invenções e estimulou o desenvolvimento de novas técnicas. Na Primeira Guerra Mundial, o uso da goteira de Thomas, o controle das hemorragias, a remoção de tecidos desvitalizados e de corpos estranhos das feridas, assim como o não fechamento primário, a rápida ajuda e a evacuação com ambulâncias reduziram as baixas, o número de amputações e o longo tempo de recuperação dos traumas dos soldados. 

 

 

    Na Segunda Guerra Mundial, os médicos já contavam com o antibiótico: a penicilina, introduzida por Alexander Flemming em 1928. Além disso, o uso da haste intramedular por alemão Gerhard Kuntscher permitiu uma volta mais rápida dos soldados ao campo de batalhas.

    O período pós-guerra culminou com uma estagnação na traumatologia. Havia falta de instrumentos adequados, de assepsia dos implantes e de treinamento especializado. Na época, cerca de aproximadamente 50% das fraturas de tíbia geravam incapacidade permanente, fato que levou muitas seguradoras e prestadoras de serviço à falência. 

    Porém, assim como os quatro jovens ingleses dos Beatlesrevolucionaram a música, um grupo de quatro cirurgiões suíços revolucionaram o tratamento das fraturas: Maurice E. Müller, Robert Schneider, Hans Willenegger e Martin Allgöwer. Eles montaram, em 1958, um grupo de estudo denominado Arbeitsgemeinschaft für Osteosynthesefragen, conhecido mundialmente como AO, para realizar pesquisas sobre as fraturas e como tratá-las de forma adequada, instituindo, assim, os quatro pilares do grupo AO: Instrumentação adequada (criação de implantes padronizados), Documentação, Pesquisa e Educação.

 

    Durante as guerras da Coreia e do Vietnã, foram desenvolvidos novos métodos de manejos de urgência das fraturas, como novos tipos de imobilização provisória, curativos estéreis, antibióticos de amplo espectro, técnicas de debridamento e a abordagem sequencial das lesões.

    Atualmente, vale salientar o papel do Colégio Americano de Cirurgiões, que estabeleceu os princípios da sequência de atendimento conhecido como ATLS (Advanced Trauma Life Suport), os quais orientam acerca do atendimento pré-hospitalar e hospitalar dos pacientes politraumatizados, muitas vezes, vítimas de fraturas expostas.

    O Trauma é, na maioria dos casos, acidental, sendo os automobilísticos responsáveis por boa parte deles. Por sorte, a Traumatologia foi se adaptando aos tempos e evoluindo para melhorar cada vez mais a qualidade de vida dos pacientes. Desse modo, quando passar por quaisquer traumas, sempre procure um serviço médico, somente dessa forma, você estará seguro(a) e com o atendimento adequado.

 

 

 

Referências:

 

1. BARTONÍ?EK, Jan. Early history of operative treatment of fractures. Archives of orthopaedic and trauma surgery, v. 130, n. 11, p. 1385-1396, 2010.

2. Ortopedia USP. História do Tratamento Cirúrgico das Fraturas. Disponível em: <http://www.ortopediausp.med.br/downloads/d6f79e80c6907175075e5ee2640241df.pdf>. Acesso em 3 de julho de 2017.

3. MAGAZONI, Valéria Sachi. História da Ortopedia – Vlasios Brakoulias. Disponível em: <https://valeriasachi.wordpress.com/tag/historia-da-ortopedia/>. Acesso em 10 de julho de 2017.

4. HECKMAN, James D. et al. Rockwood and Green's fractures in adults. Wolters Kluwer Health, 2015.

 

 

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Comentários

  • SERGIO ELI LIBERATO DA SILVA

    Historia do trauma